sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eterno retorno

Tomou seu café, disse bom dia
acenou com as mãos num sorriso
concordou com os comentários sobre a violência
numa negativa, balançou a cabeça para o indigente

e agora, para onde ir?

Reuniu amigos antigos para uma cerveja
um cigarro, uma canção qualquer
uns e outros tragos, o corpo da mulher que passa
como tantas outras que passaram

e agora, para onde ir?

O trânsito, as pernas e braços, o suor,
os sorrisos plásticos, as badaladas do relógio,
a ave Maria, o sinal da cruz
e a cruz que não carregam por ti

e agora, para onde ir?

O buraco nos olhos, o boa noite,
a rotina do beijo, a cachaça, a janta,
as contas, o corpo nu no banheiro,
o pau, a mão, o esquecimento,
a toalha, o esgotamento,
os comprimidos,o despertador,
o travesseiro, os quilos de chumbo,
a carcaça, o cobertor

e agora, para onde ir?

E agora, o Eterno Retorno
será sempre assim.

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