Vísceras em versos
escritos com o que me resta
minha bílis estética
escorre pelo esgoto
desta rua vazia
e contempla-os os ratos
que vasculham até os
mínimos traços
em busca de algum estilhaço
de herética poesia
e devoram
letra por letra,
palavra por palavra
e cospem
reticências e vírgulas
e degustam
frase por frase,
num frenético festim de rimas
e riem-se
e lambem-se
e adormecem fartos
e regozijam em sórdidos sonhos sacros
e sublimam, é claro,
nas entrelinhas...
quinta-feira, 14 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Canção de amor (canção lisérgica)
Ela chegou suave
como o mais doce
esquecimento
sem nada dizer
sem nada perguntar
era noite
a chuva caia
insano alento
pílulas de alegria
soltas no ar
fique
enquanto a luz não vem
ofereça seu corpo, sua alma,
um sorriso
o deserto se alastra por cada fresta
fique, quero a ilusão do seu abrigo
Enquanto a luz não vem
Enquanto a luz não vem
Enquanto a luz ...
Enquanto o sol não vem
com seu calor rasgar minha pele
com seu brilho afastar as sombras
com sua luz disfarçar a escuridão
dos dias
Ela surgiu
a noite passada
se foi e me deixou
sete cápsulas vazias
como o mais doce
esquecimento
sem nada dizer
sem nada perguntar
era noite
a chuva caia
insano alento
pílulas de alegria
soltas no ar
fique
enquanto a luz não vem
ofereça seu corpo, sua alma,
um sorriso
o deserto se alastra por cada fresta
fique, quero a ilusão do seu abrigo
Enquanto a luz não vem
Enquanto a luz não vem
Enquanto a luz ...
Enquanto o sol não vem
com seu calor rasgar minha pele
com seu brilho afastar as sombras
com sua luz disfarçar a escuridão
dos dias
Ela surgiu
a noite passada
se foi e me deixou
sete cápsulas vazias
Encontro-me
nos vestígios dos sonhos
inalcançáveis
por entre folhas em branco
que este outono
não quis rabiscar
como quem no deserto
se apaixona pela miragem
e abraça a imagem
a ser perder no ar
nos meus olhos
as lembranças das cores
que outrora
encantaram meus dias
uma nova estação bate à minha porta
o inverno desenha suas marcas
sobre minha pele fria
marcas que não cicatrizam
mas se transfiguram em rotos versos
imersos
na minha vontade de voar
tranco-me num silêncio sombrio
e aguardo sem espasmos
pois quando o sol mostrar sua cara
vou abrir minhas asas e
adeus...
nos vestígios dos sonhos
inalcançáveis
por entre folhas em branco
que este outono
não quis rabiscar
como quem no deserto
se apaixona pela miragem
e abraça a imagem
a ser perder no ar
nos meus olhos
as lembranças das cores
que outrora
encantaram meus dias
uma nova estação bate à minha porta
o inverno desenha suas marcas
sobre minha pele fria
marcas que não cicatrizam
mas se transfiguram em rotos versos
imersos
na minha vontade de voar
tranco-me num silêncio sombrio
e aguardo sem espasmos
pois quando o sol mostrar sua cara
vou abrir minhas asas e
adeus...
Subscrever:
Mensagens (Atom)