Vísceras em versos
escritos com o que me resta
minha bílis estética
escorre pelo esgoto
desta rua vazia
e contempla-os os ratos
que vasculham até os
mínimos traços
em busca de algum estilhaço
de herética poesia
e devoram
letra por letra,
palavra por palavra
e cospem
reticências e vírgulas
e degustam
frase por frase,
num frenético festim de rimas
e riem-se
e lambem-se
e adormecem fartos
e regozijam em sórdidos sonhos sacros
e sublimam, é claro,
nas entrelinhas...
Sem comentários:
Enviar um comentário