quinta-feira, 14 de abril de 2011

10/08/2010

Vísceras em versos
escritos com o que me resta
minha bílis estética
escorre pelo esgoto
desta rua vazia

e contempla-os os ratos
que vasculham até os
mínimos traços
em busca de algum estilhaço
de herética poesia

e devoram
letra por letra,
palavra por palavra
e cospem
reticências e vírgulas
e degustam
frase por frase,
num frenético festim de rimas

e riem-se
e lambem-se
e adormecem fartos
e regozijam em sórdidos sonhos sacros
e sublimam, é claro,
nas entrelinhas...

Sem comentários:

Enviar um comentário