sábado, 18 de setembro de 2010

aos que virão...

não me deixe vos contaminar
se o faço é mero acaso
vivo tempos sombrios
trago o olhar destreinado para beleza

talvez seja absurdo
sou mesmo de excessos
há alguém limpo o bastante para me condenar?

fracassei em tudo que sonhara
coleciono derrotas e as contemplo
nos versos que escrevo

mas nem sempre foi assim
já amei como poeta
me embebedei em vinhos e lirismo
nos shows de rock
exorcizava o dia-a-dia

andei de mãos dadas
com deus e o diabo

mas hoje, quando me vejo assim
completamente nu
sem acreditar em nada além
do toque das mãos

peço;
não me deixe vos contaminar
confesso, só tenho a vocês,
mas não deposito esperanças
estou aqui por pura teimosia

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