terça-feira, 9 de março de 2010

Eis que já nasce farto!

Farto, feito o fraco
que em vão estanca
o sangue
que escorre ralo

Forte, feito o fraco
que com a mão disfarça
o pranto
e se ausenta
da missa de domingo

o fraco está farto
mas é fardo, estorvo,
estatística

a fome, besta fera,
aflora
por sua pele em pedra,
alastra
por todas as frestas
e marca
sua face seca

o fraco, a fome, o fardo
é fato!
sem nome, sem teto
tateando um presente
fétido

minha poesia,
fardo que carrego fértil
febre que a caneta guia
sobre a folha faminta!

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