terça-feira, 2 de março de 2010

Cantiga de Ninar (150 miligramas)


- A cidade se transforma e transtorna quem passa e sente
Elevam-se as ditas belas estruturas, cinzas futuras,
Elegância decadente

Mãe,
Quanto tempo resta
até o apagar das luzes
quando as cortinas baixam
tremo de medo
é que meus fantasmas me visitam
quando estou sozinho
Mãe,
Arranque estes dias de chumbo
do meu travesseiro

Mãe,
Mais uma dose de acalanto
de suas ásperas mãos
Pra lida diária
150 miligramas, quem sabe bastem
Domingo vamos ao parque
de diversões
Mãe,
Eu não esperava que seu beijo
me sufocasse

(?) quem vai colher as flores
que do caos desabrocham

(?) quem vai ler meus
Ingênuos versos

(!) em suas antigas canções
estes homens não existiam

Mãe...
(?) porque não me contou
sobre este longo inverno


(inspirado no Curta metragem: 150 Miligramas, de André Novais a quem dedico este poema)

Belo Horizonte, 2009

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